quarta-feira, 29 de abril de 2009

terça-feira, 28 de abril de 2009

Agora é Lei !


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segunda-feira, 27 de abril de 2009

"Carta de Porto Alegre" denuncia as políticas dos governos Yeda, Serra e Aécio


As bancadas do Partido dos Trabalhadores dos estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul, juntamente com representantes de sindicatos de servidores públicos e movimentos sociais dos três estados, reunidos no seminário “Desmonte do Estado: o modelo tucano de governar”, realizado nesta segunda-feira (27), em Porto Alegre, aprovaram no final do encontro um documento criticando a agenda do PSDB que trata o Estado como vilão e os servidores públicos como inimigos. A Carta de Porto Alegre afirma que “choque de gestão” e “déficit zero” tornaram-se as palavras de ordem em detrimento dos serviços e dos servidores públicos. O resultado imediato dessas políticas, diz ainda o documento, é a pauperização dos serviços públicos, permitindo o crescimento de seus parceiros privados, em todas as áreas, inclusive a segurança pública.

Para os signatários da carta, “a não aplicação dos recursos mínimos constitucionais em saúde e educação são exemplos clássicos desta política, ao mesmo tempo em que são desonerados os grandes oligopólios”. “É simbólico que a investida comece pela educação”, observam ainda. “A adoção de uma política educacional “fast food”, sem compromisso com a formação de uma consciência crítica, com currículos padronizados, voltados para a transmissão e não a elaboração do conhecimento. Alteração dos currículos de forma unilateral e em gabinetes, inchaço das salas de aulas, falta de diálogo e criminalização dos movimentos sociais e sindicais são uma constante”. A alteração nos planos de carreira, com o fim da progressão por tempo de serviço, o arrocho de salários e a ampliação dos empregos precários e temporários são outras políticas denunciadas na carta.

No Rio Grande do Sul, assinala ainda, esse processo está mais atrasado, em função das graves denúncias e escândalos de corrupção que atingiram o governo Yeda Crusius. O documento aponta a existência de uma blindagem midiática que esconde as mazelas dos governos Aécio e Serra e permite que Yeda “mantenha um certo equilíbrio instável, escondendo sua verdadeira face de desmonte do Estado”. O projeto implantado em MG, SP e RS, conclui a carta, não é só um ataque aos direitos dos servidores públicos, mas também aos setores da população que mais necessitam das políticas públicas. Diante deste quadro, o documento defende a unificação dos movimentos sociais, a constituição de agendas comuns para furar o bloqueio midiático e a intensificação das lutas pela transparência, democratização e universalização do Estado e dos serviços públicos.

Foto: Adriano Marcelo Santos

por Marco Aurélio Weissheimer

domingo, 26 de abril de 2009

Um Governo a Cada Dia Mais Enrolado!!!


A seqüência de escândalos envolvendo auxiliares diretos da governadora Yeda Crusius, do Rio Grande do Sul, ganhou novos lances em 2009.

Apesar de ser um ano pré-eleitoral, 2009 teve um início tranquilo no Rio Grande do Sul. Depois de um 2008 marcado pela turbulência política, parecia que os gaúchos estavam ingressando em um período de calmaria.

O ano começou com o governo do Estado atingindo o tão almejado equilíbrio orçamentário. Fato que levou a governadora Yeda Crusius (PSDB) a sonhar com a possibilidade de reeleição. O discurso da excelência na gestão financeira poderia suplantar a falta de tino político, geradora do clima de beligerância com o vice-governador Paulo Feijó (DEM). Foi ele que, em junho de 2008, divulgou uma conversa com o então chefe da Casa Civil abrindo uma crise interna que ganhou repercussão nacional. Na gravação, Cezar Busatto (PPS) confirmava o uso da máquina pública para arrecadação de recursos com fins eleitorais.

Mas o passado tinha ficado para trás. Após encaminhar o orçamento batizado de Déficit Zero para a Assembléia, a governadora deu um giro pelo Brasil para “anunciar as conquistas gaúchas”. Passou por Brasília, Nordeste e terminou em São Paulo, ao lado de José Serra, governador de mesma plumagem.

A tucana chegou até a alçar vôos mais ousados. Nem bem as burras do Estado haviam saído do vermelho, anunciou que planejava a compra de um avião para uso exclusivo. A notícia repercutiu negativamente, mas para quem conta com o apoio da grande mídia, o assunto foi levado ao esquecimento. Tanto é verdade que não surgiu nenhuma piada sobre o AeroYeda - apesar do AeroLula aparecer volta e meia.

Também pudera, a governadora abriu os cofres e elevou em 560% as verbas em propaganda. Ao todo, serão R$ 93 milhões em publicidade neste ano. Mesmo assim, o orçamento equilibrado teve um custo: precarização nos serviços públicos e arrocho no funcionalismo. Yeda chegou a dizer que 2008 era “o ano do reajuste zero”.

E começou pelos servidores estaduais a virada na sensação de tranquilidade. A situação de penúria salarial originou uma aliança poucas vezes vista no Rio Grande do Sul. Capitaneados pelo Cpers (magistério), dez sindicatos promoveram uma ostensiva campanha. Nos outdoors, suspense: a imagem distorcida de um rosto e a promessa de mostrar a face oculta da corrupção, entre outras críticas pesadas.

O governo tucano mordeu a isca. Antes de qualquer identificação, uma ameaça partiu da Casa Civil à empresa responsável pelos painéis. A carta prometia responsabilização criminal. Como sempre, o feitiço virou contra o feiticeiro. A jogada de marketing ganhou destaque na mídia até que o rosto de governadora apareceu ao lado da frase: Governo Yeda - a face da destruição do Estado. Máscaras da governadora foram distribuídas em uma passeata pelas ruas de Porto Alegre.
* Por Maurício Macedo

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Em defesa do piso, educadores param dia 24


Os trabalhadores da rede estadual de educação do Rio Grande do Sul decidiram aderir à paralisação de 24 horas, marcada para o dia 24 de abril (sexta-feira), em defesa da implementação do Piso Salarial Profissional Nacional. A greve é convocada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação. Neste dia, além do Piso, os educadores gaúchos vão discutir as formas de luta para manter os atuais planos de carreira, reajuste salarial e em defesa do IPE público. Serão realizados atos públicos e plenárias em conjunto com as entidades que integram o Fórum dos Servidores Públicos Estaduais. Os educadores do RS foram os primeiros a realizar uma greve pela implementação do Piso. Em novembro de 2008, a categoria parou 14 dias para exigir a retirada da Assembléia Legislativa de uma proposta de piso regional, que não respeitava a lei nacional.


Marco Aurélio Weissheimer

terça-feira, 21 de abril de 2009

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Quem está doente: Adriano ou os outros?

Que sociedade é esta que, quando alguém diz que não estava feliz no meio de tanto treino, tanta pressão, tanta grana, tanta viagem, que prefere voltar à favela onde nasceu e cresceu, compra cerveja e hambúrguer para todo mundo, fica empinando pipa – se considera que está psiquicamente doente e tem que procurar um psiquiatra? Estará doente ele ou os deslumbrados no meio da grana, das mulheres, das drogas, da publicidade, da imprensa, da venda da imagem? Quem precisa mais de apoio psiquiátrico: o Adriano ou o Ronaldinho Gaucho?

O normal é ter, consumir, se apropriar de bens, vender sua imagem como mercadoria, se deslumbrar com a riqueza, a fama, odiar e hostilizar suas origens, se desvincular do Brasil. Esses parecem “normais”. Anormal é alguém renunciar a um contrato milionário com um tipo italiano, primeiro colocado no campeonato de lá.

Normal é ser membro de alguma igreja esquisita, cujo casal de pastores principais foram presos por desvio de fundos. Normal é casar virgem, ser careta, evangélico, bem comportado, responder a todas as solicitações e assinar todos os contratos. Normal é receber uma proposta milionária de um clube inglês dirigida por um sheik, ficar pensando um bom tempo, depois resolver não aceitar e ser elogiado por ter preferido seu clube, quando antes ele ficou avaliando, com a calculadora na mão, se valia a pena trocar um contrato milionário por outro.

Considera-se desequilibrado mental quem recusa um contrato milionário, para viver com bermuda, camiseta e sandália havaiana. Falou à imprensa de todo o mundo, disposta a confissões espetaculares sobre o que havia feito nos três dias em que esteve supostamente desaparecido – quando a imprensa não sabe onde está alguém, está “desaparecido”, chegou-se até a dizer que Adriano teria morrido -, buscando pressioná-lo para que confessasse que era alcoólatra e/ou dependente de drogas, encontrar mulheres espetaculares na jogada.

Falou como ser humano, que singelamente tem a coragem de renunciar às milionárias cifras, eventualmente até pagar multar pela sua ruptura, dizer que “vai dar um tempo”, que não era feliz no que estava fazendo, que reencontrou essa felicidade na favela da sua infância, no meio dos seus amigos e da sua família.

Este comportamento deveria ser considerado humano, normal, equilibrado. Mas numa sociedade em que “não se rasga dinheiro”, em que a fama e a grana são os objetivos máximos a ser alcançados, quem está doente: Adriano ou essa sociedade? Quem ter que ser curada? Quem é normal, quem está feliz?

Emir Sader

quinta-feira, 16 de abril de 2009

ENEPT mobiliza estudantes petistas e aprova programa e ações


Nos dias 23 e 24 de março, a Juventude do PT realizou o Encontro Nacional dos Estudantes do PT, em Carapicuíba, região de Osasco na grande São Paulo.

Produto final de um amplo processo que mobilizou cerca de mil jovens através de 8 plenárias e 16 EREPT’s realizados pelas direções estaduais e comissões de organização, o ENEPT contou com cerca de 180 pessoas, sendo mais de 100 delegados oriundos do movimento estudantil secundarista, universitário, de cursinhos populares, prounistas, cotistas e militantes de demais movimentos da educação, que debateram “A Educação que queremos para o Brasil” e “ O Estudante na transformação da sociedade”.

Além do conjunto dos militantes da JPT, observadores, delegados e delegados, estiveram presentes o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, Selma Rocha, da CAED, o prefeito Sérgio Ribeiro, Roberto Leão presidente da CNTE, ex e atuais dirigentes da UNE e UBES, e demais lideranças locais do PT.

A idéia de organizar este fórum nasce da necessidade de fortalecer a atuação da JPT no movimento estudantil. Assim, a proposta de se construir um encontro com esse fim, foi assimilada por todas as forças petistas. Com esse comprometimento, além do esforço das secretarias e comissões estaduais em realizar encontros - mesmo com o curto espaço de tempo - e viabilizar a ida dos delegados para São Paulo, e o grande apoio dos militantes de Carapicuíba na garantia da estrutura do evento, foi possível realizar um encontro de estudantes com grande diversidade regional e pluralidade de opiniões.

Tendo em vista o propósito de articular a militância da Juventude do PT e do movimento estudantil petista sob uma plataforma comum, representando um avanço programático que considere o acúmulo do projeto petista na área da educação, mas também incorpore a diversidade da juventude e de atuação dos estudantes petistas, o ENEPT obteve muito sucesso.

Dentre as principais propostas que saíram do processo – dos EREPT’s e plenárias estaduais até os grupos de discussão da etapa nacional - destacam-se a reserva de 50% das vagas para estudantes de escolas públicas; cotas étnico-raciais, conforme a proporcionalidade do IBGE nos estados; manutenção e ampliação do PROUNI; acompanhamento e intervenção pela garantia de qualidade na implantação dos projetos do REUNI nas IFES; ampliação do debate sobre os cursos tecnólogos; afirmação do projeto de Reforma Universitária da UNE, além de mais de 100 resoluções, todas apresentadas à Plenária Final.

Em relação às tarefas para a Juventude do PT, aprovou-se um plano de ação para o próximo período, com destaque para a intervenção na Conferência Nacional de Educação – que já tem o seu processo iniciado -, através da realização de conferências livres nas escolas e universidades; construção de um projeto de formação política que aborde os temas da educação e mundo do trabalho; a construção de campanhas nas escolas visando incentivar a criação de grêmios estudantis e a participação dos jovens secundaristas na Juventude do PT, para ser realizado um encontro nacional de estudantes secundaristas do PT; a criação de mecanismos de socialização da gestão petista na UNE, entre outras ações que serão divulgadas em breve no portal da JPT.

Este ano é de extrema importância para o movimento estudantil brasileiro, principalmente pelo acontecimento dos Congressos da UNE e da UBES, da Conferência Nacional de Educação e toda a mobilização nas escolas e universidades que serão por eles desencadeados. A JPT convoca todos os seus militantes para participarem ativamente de todo o processo, levantando as bandeiras aprovadas no ENEPT.

As resoluções e moções aprovadas no encontro serão publicadas em breve neste site. Aguardem!

Da redação
Fonte: Portal JPT

quarta-feira, 15 de abril de 2009

terça-feira, 14 de abril de 2009

Operação Solidária


PT prepara pedido de CPI para investigar fraudes em obras do Estado
A deputada Stela Farias (PT) anunciou na tarde desta terça-feira (14) que a bancada do PT está preparando o requerimento para a instalação de uma nova Comissão Parlamentar de Inquérito na Assembleia Legislativa. A CPI deverá investigar indícios de fraudes em licitações de obras viárias, de saneamento e irrigação sob responsabilidade do governo gaúcho, descobertos pela Operação Solidária, desencadeada pela Polícia Federal em 2007. “Há fortes elementos que indicam o direcionamento de licitações para beneficiar determinadas empresas. Diante da falta de transparência do governo, que se nega a dar respostas sobre os sucessivos escândalos em que está envolvido, não nos resta alternativa além da CPI para investigar com responsabilidade e acabar com o denuncismo”, justificou a parlamentar.


O PT já está conversando com as demais bancadas para construir o requerimento. “Não é possível conviver num ambiente político em permanente suspeição e absolutamente opaco. Estamos trabalhando firmemente para a construção de uma CPI séria, com apoio de todas as bancadas e capaz de lançar transparência sobre as diversas suspeitas que pesam sobre atual administração”, frisou.


Segundo Stela, há uma nítida interligação entre o núcleo dirigente do esquema que desviou mais de R$ 44 milhões do Detran e o grupo responsável pela fraude em licitações de obras no Rio Grande do Sul. “Os fatos apurados pelas operações Rodin e Solidária indicam que personagens comuns transitam nas duas cenas. Queremos saber qual o elo entre o que parece ser duas quadrilhas montadas para desviar recursos públicos. Só através de uma CPI a Assembleia poderá ter acesso às informações já levantadas pelo Ministério Público Federal e, a partir daí, exercer seu papel constitucional ”, acredita a petista.


Na avaliação da parlamentar, a Operação Rodin e as denúncias do ex-ouvidor da Segurança Pública, Adão Paiani, chegaram à ante-sala do gabinete da governadora Yeda Crusius. Já os fatos revelados pela Operação Solidária, conforme Stela, indicam avanço em direção ao próprio gabinete da governadora. “Nós queremos saber qual é exatamente o papel da senhora Walna Villarins Meneses na definição de editais e no direcionamento de licitações para beneficiar empresas e se há relação entre sua atuação e a própria governadora”, adiantou Stela.


A nova CPI deverá ter como objeto de investigação o conjunto de fatos apurados pelas operações Solidária, Rodin e as denúncias apresentadas pelo PSOL em fevereiro.


segunda-feira, 13 de abril de 2009

Lançado Fórum Estadual de Entidades Estudantis Pelo Fora Yeda !


Os estudantes gaúchos deram mais uma prova que estarão diariamente construindo a oposição a este governo corrupto que se instaurou no RS. Durante o XI Encontro Regional de Estudantes de História que aconteceu em Caxias do Sul, o movimento "Caras Pintadas" organizou um grande fórum que debateu os rumos do movimento e também elaborou em conjunto com o CPERS uma agenda mínima de mobilizações no RS.No dia 10 de abril na parte da tarde com a presença de mais de 400 estudantes participantes do encontro discutiu-se os próximos passos que o movimento deveria construir para manter as mobilizações estudantis pelo RS.
Encaminhou-se a necessidade de elaboração de um material visual que identifique o movimento, além do blog como forma de comunicação discutiu-se a necessidade de criação de um material informativo impresso.O movimento estará também mobilizando as escolas no dia 14 de abril ( terça- feira) com um grande apitaço pelo Fora Yeda. Iremos dar o cartão vermelho a governadora e seus aliados que constribuem com o sucateamento da educação em nosso Estado.
Além de mobilizar os estudantes, o movimento tem um objetivo de esclarecer a população gaúcha sobre as graves denúncias realizadas por parlamentares gaúchos sobre esquemas de corrupção por parte da cúpula do governo, assim o movimento irá elaborar um abaixo assinado endereçado ao Ministério Público solicitando a abertura do caso a população gaúcha.Estão marcados atos para os dias 24 de abril em conjunto com os professores, em defesa do piso nacional para professores. E no dia 30 de abril está marcado uma grande marcha dos movimentos populares pelo Fora Yeda.
A hora é essa! A JPT estara organizando nos municípios comitês que discutam com a população como este governo é nocivo ao RS, denunciando a falácia do "déficit zero" que poderia ser chamado de investimento zero. Além disso este é momento da população gaúcha encampar a luta por uma reforma política que auxilíe no controle social e transparência.Vamos a luta, que ela é justa !!!

domingo, 12 de abril de 2009

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Fechamento das Escolas Itinerantes pode ser revisto

O fechamento de escolas em acampamentos de Sem Terra no Rio Grande do Sul pode ser revisto. Em audiência pública realizada nesta terça-feira (7/3) na Comissão de Educação da Assembléia Legislativa, em Porto Alegre, MP (Ministério Público) e SEC (Secretaria Estadual de Educação) se dispuseram a reavaliar a situação das Escolas Itinerantes.


O procurador Gilberto Thums afirmou que outras alternativas além do fechamento são possíveis e propôs a criação de uma comissão neutra para abordar o tema. A diretora do Departamento Pedagógico da SEC, Sônia Balzano, se colocou à disposição de rever a decisão, mas fez questão de ressaltar que apenas atendeu à ação movida pelo MP.


Já a presidente do Ceed (Conselho Estadual de Educação) gaúcho Cecília Maria Martins Farias, discordou do procurador na audiência, afirmando que as escolas itinerantes são regulares e legais.“Em relação a isso, nós temos uma divergência, porque, de fato, esta oferta dos cursos das Escolas Itinerantes, ela é regular; que está de acordo com a Lei de Diretrizes Básicas da Educação, está de acordo com a Constituição federal, com a Constituição Estadual, com todas as leis do Conselho Estadual de Educação”, declarou.


A polêmica sobre as escolas itinerantes iniciou em Fevereiro, quando um Termo de Ajustamento de Conduta, assinado entre o Ministério Público e a SEC, decretou o fechamento de todas as escolas em acampamentos das turmas de educação infantil, ensino fundamental e de EJA (Educação de Jovens e Adultos). O MST considera a ação autoritária e unilateral, pois não houve consulta aos pais, alunos ou educadores.


As aulas nas escolas itinerantes prosseguem independente da ação do Ministério Público.Protestos e avançosDurante a audiência, cerca de 80 crianças das Escolas Itinerantes constituíram uma sala de aula na rampa que dá acesso à Assembléia em que estudaram o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). Depois, entraram no prédio para participar da audiência e ouvir os encaminhamentos. Em um ato simbólico, as crianças ainda entregaram cartilhas do ECA para os representantes que estavam na mesa.


No interior do Rio Grande do Sul, outras "salas de aula" foram montadas em rodovias, paralisando o trânsito de regiões próximas aos acampamentos das cidades de Julio de Castilhos, São Luiz Gonzaga, São Gabriel, Canguçu e Sarandi. A seguir, leia alguns destaques do resultado da audiência:- O procurador Gilberto Thums afirmou que outras alternativas além do fechamento são possíveis e propôs a criação de uma comissão neutra do MP para abordar o tema.- A diretora do Departamento Pedagógico da Secretaria Estadual de Educação, Sônia Balzano, colocou-se à disposição de rever a decisão, mas fez questão de ressaltar que apenas atendeu à ação movida pelo MP.-


A presidente do Ceed, Cecília Maria Martins Farias, discordou do procurador na audiência, afirmando que as escolas itinerantes são regulares e legais.- A representante do MEC, Wanessa Sechim, afirmou que o Ministério é parceiro para viabilizar demandas de formação de professores e da construção de escolas em novos assentamentos, como é o caso de São Gabriel – desde que haja disposição política dos governos para isso.


Destacou que transportar crianças para muito longe de onde vivem (o que acontece com o fechamento das Escolas Itinerantes) é contrário a várias portarias sobre a Educação do Campo do próprio MEC – ou seja, a política não é tirar as crianças do campo, mas sim facilitar o acesso à Educação do Campo. - O MST reafirmou a decisão de manter as Escolas Itinerantes em funcionamento, pois está convicto de que é a única forma de manter o acesso à educação nas condições da luta pela terra no RS.


Reforçou que o fechamento das escolas é mais um capítulo do movimento feito pelo MP e pelo governo, denunciado amplamente no ano passado, que visa a dissolução do MST.- As partes ficaram comprometidas de fazer reuniões entre o MP, SEC, MST, Comissão de Educação da Assembléia e deputados interessados a buscar alternativas para garantir o funcionamento das escolas. - A audiência sinalizou para a possibilidade da superação do impasse, mas não há nada garantido e, por isso, são necessárias as mobilizações em defesa das escolas do MST.


A desistência do procurador que enfrentava o MSTIsolado no Ministério Público, criticado pela Igreja, questionado pelo Conselho Nacional do Ministério Público e pelo governo federal, pressionado pelos movimentos sociais, o procurador Gilberto Thums jogou a toalha em sua cruzada contra o MST.


O procurador anunciou a saída de cena após se comover com a presença dos Sem Terrinha que estiveram presentes na Assembléia Legislativa. De Brasília, partiram ações da ouvidoria agrária nacional, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Agrário, que apresentou ao Conselho Nacional do Ministério Público um pedido de providências sobre a política de autuação do MP gaúcho em conflitos no campo. A justificativa do pedido calou fundo nos promotores e procuradores: o MP estaria afrontando os direitos fundamentais, em especial o princípio da dignidade da pessoa humana.


Na introdução da defesa, a procuradora de Justiça Irene Soares Quadros, que esteve em Brasília representando a instituição, disse que lamentava as circunstâncias da sua primeira oportunidade de comparecer ao órgão representando a procuradora-geral de Justiça, Simone Mariano da Rocha.Entre os seus pares, as mais duras críticas partiram de promotores ligados às áreas dos Direitos Humanos e da Infância e da Juventude. “Não podiam ter feito um TAC sobre este assunto sem consultar os promotores da área da Infância e da Juventude. Não conversaram com os promotores, com os conselhos tutelares, com os integrantes dos acampamentos. Nada” disse um promotor ligado aos assuntos da infância.


Manifestações técnicas ajudaram a mudar posiçãoHá uma semana, o então coordenador do Centro de Apoio Operacional da Infância e da Juventude procurador Miguel Velasquez, e a promotora da Infância e da Juventude Synara Jacques Butelli enviaram um ofício para a procuradora-geral Simone Mariano da Rocha devolvendo o TAC. Na prática, a devolução indicava para a procuradora que, ao não participar da confecção do termo, os promotores não se sentiam confortáveis em executá-lo.A pressão prosseguiu na Assembleia, na última terça-feira, em uma reunião da Comissão de Educação, presidida por Mano Changes – parlamentar do PP, sigla historicamente contrária ao MST.


Em sua primeira manifestação no encontro, Thums condenou as Escolas Itinerantes e os Sem Terra, definidos por ele como um movimento “guerrilheiro”. Ao final, após ouvir manifestações de deputados e de técnicos, reconheceu que o TAC poderia ser revisado. Ao receber uma cópia do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) das mãos de uma criança, o sempre sério Thums esboçou um sorriso.Em entrevista concedida ao jornal Zero Hora, um dia após a audiência, o procurador de justiça Gilberto Thums assumiu ter se sensibilizado para buscar um meio-termo. “Ouvi a fala da professora do Conselho Estadual de Educação, os discursos das deputadas (ambas do PT) Stela Farias e Marisa Formolo. A deputada Mariza disse que mais triste do que não ter educação de qualidade é não ter direito à educação. Essa frase para mim foi impactante. Fiquei bastante tempo pensando nela. Então, ninguém pode ser tão radical. Todo radicalismo extremado leva à irracionalidade”, reconheceu.


Thums também reconheceu a grande mobilização da sociedade civil que repudiou o ato contra a educação do campo. “Sou demonizado em todos os sites do mundo relacionados com o MST. Não tenho apoio do Ministério Público em geral no país inteiro. Então, se eu estou sozinho, estou chegando à conclusão de que estou errado. A pressão é muito forte”, declarou o procurador, que se mostrou impressionado com as pressões vindas de diversos tipos de instituições. “Sofro pressão até nas universidades, até dos intelectuais. Estou sendo demonizado em todos os sites da rede mundial, inclusive internacionais. Tenho de rever essas coisas. Uma pessoa não pode achar que só ela está certa e o mundo errado. De repente, então, estou errado”, concluiu.


(Com informações da Agência Chasque de Notícias e do jornal Zero Hora)