segunda-feira, 28 de julho de 2008

Adoro o período de eleições

Adoro o período de eleições. Eleições municipais então… Na verdade acho que deveriam acontecer todo ano. Este é o período em que as cidades mais crescem. A minha então…
Alvorada está um canteiro de obras. É asfalto , esgoto, pintura de faixas. Sabe aquelas obras que o político tem quatro anos pra realizar, mas resolve fazê-las em seu último ano de gestão? Último será? Ele espera que não…
Ao contrário de muita gente, que considera as obras inconvenientes, eu adoro. Passo olhando, criando expectativas. Mas obras eleitoreiras, essas sim são inconvenientes e duram pouco.
Numa manhã de sábado há poucos meses (acho que uns dois), antes de serem abertas as campanhas eleitorais desse ano, acordei com a passagem de um carro de som. Uma voz feminina agradecia ao prefeito da cidade por trazer o asfalto a uma rua próxima da que eu moro.
O asfalto agradecido, na verdade, não passa de um piche jogado em cima do paralelepípedo da avenida e só no meio dela (em breve fotos do local).
Além do asfalto “perfeito”, obvio que o carro de som não estava ilegal, gritando o nome do prefeito que também é candidato à reeleição antes mesmo de serem liberadas as campanhas…
Asfalto é uma coisa que chama a atenção. Não sei porque as pessoas gostam tanto de asfalto. Por causa deles é que temos essas enchentes absurdas.. mas não estou aqui pra pregar consciência ecológica, estou aqui pra mexer com o vespeiro mesmo.
Acho que na escola para políticos a primeira lição que se aprende é: “Como garantir votos gastando menos com o asfalto”.
Lição nº1 escolha uma rua movimentada, com uma grande densidade demográfica e fluxo intenso de veículos.
Lição nº 2 (esta é a mais fácil) convença a população que o asfalto é mais importante que o esgoto a céu aberto que engole as criancinhas. Esse esgoto a propósito merece um outro post.
Voltando às ações eleitoreiras…
Meu vizinho é vereador. Ainda não vai ser hoje que vou falar dele, até porque tenho amor à vida. Eu ia falar sobre um comício camuflado de inauguração de comitê também realizado antes da abertura das campanhas, mas desisti de falar disso também. Vou voltar à parte que eu dizia que adoro as obras, adoro as festas e, já que estão proibidos os Showmícios, adoro também as festas de prestação de contas, que não é um showmício, mas traz artistas famosos…
O que não há como gostar, é dos carros de som. Carros que passeiam pela cidade com som a todo volume, exibindo Jingles que não passaram nem perto da fila de criatividade. Meu vizinho por exemplo, no domingo de manhã, no dia em que teu sono até mais tarde deveria ser sagrado, faz concentração de carros de som tocando uma paródia daquele funk (ou rap, não sei bem a diferença) carioca, que tocava nos anos 90: “Eu só quero é ser feliz, andar tranqüilamente na favela onde eu nasci”, (troca favela por Alvorada). Além de tudo compara Alvorada com favela e é assim que vamos ser melhores visto fora daqui. Mas isso também é assunto pra outro post que provavelmente não vou fazer…
Enfim…
Já me prolonguei demais pra um post.
Vou ficar aqui aproveitando os próximos meses, apreciando as obras, porque obra de novo só daqui a quatro anos… Quanto ao carro de som… até a eleição eu arranco uns fios de cabelo, coloco tampões nos ouvidos e passo meus domingos mau-humorada…
Artigo de Elisandra Borba, acadêmica de Jornalimo.

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