segunda-feira, 21 de julho de 2008

MST faz Marcha Estadual por Reforma Agrária


Cerca de 600 trabalhadores rurais sem-terra iniciam nesta terça-feira, a partir das 9h, uma Marcha Estadual por Reforma Agrária. A marcha partirá do acampamento de Nova Santa Rita e se dirigirá ao prédio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Porto Alegre. A manifestação pretende cobrar o cumprimento do Termo de Ajuste de Conduta (TAC) assinado pelo Incra e pelo Ministério Público Federal, há oito meses, no encerramento da Marcha à Fazenda Guerra. Neste acordo, lembra o MST, o Governo Federal se comprometeu em assentar mil famílias até abril passado e outras mil famílias até o final deste ano. Até o momento, segundo os sem-terra, menos de 40 famílias de agricultores foram assentadas no Estado.
A marcha pretende denunciar o processo de criminalização dos movimentos sociais posto em prática pela governadora Yeda Crusius, que, denuncia o MST, “utiliza métodos violentos da Brigada Militar para defender os interesses de empresas estrangeiras como a Stora Enso, ilegalmente instalada na faixa de fronteira, ao mesmo tempo em que não apresenta qualquer política para reforma agrária e para pequena agricultura”. Ana Santos, da coordenação do MST, critica a lógica que prioriza os interesses do agronegócio. “O agronegócio só produz monocultura de eucalipto e soja para combustíveis, enquanto os assentados e a agricultura familiar produzem alimentos e abastecem as cidades”, resume. Os trabalhadores sem-terra querem a desapropriação das fazendas Guerra, Southall e da Granja Nenê para assegurar o cumprimento da meta de assentar 2 mil famílias no RS até o fim do ano.

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